"Não me interessa nenhuma religião cujos princípios não melhoram nem tomam em consideração as condições dos animais." (Abraham Lincoln)



quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Motivo






"Eu canto porque o instante existe

e a minha vida está completa.

Não sou alegre nem triste:

sou poeta!



Irmão das coisas fugidias,

não sinto gozo nem tormento.

Atravesso noites e dias

no vento.



Se desmorono ou se edifico,

se permaneço ou me desfaço,

- não sei, não sei. Nao sei se fico

ou passo.



Sei que canto. E a canção é tudo.

Tem sangue eterno a asa ritmada.

E um dia sei que estarei mudo:

- mais nada.

Cecília Meireles (Rio Janeiro, 1901-1964)

Dedico-te este poema pela tua capacidade simples de viveres este momento
e a serenidade com que encaras a Vida... a cantar! quando
muitas vezes, a noite te impele ao silêncio!

FORÇA

(Não posso adiar o amor para outro século)


"Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
Não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
não posso adiar o meu coração!"
Antº Ramos Rosa (Faro, 1924) in, "Os poemas da minha vida"

Sem comentários...

Ninguém é insusbstituível?

Na sala de reunião de uma multi-nacional o director, nervoso, fala com sua equipa de gestores.
Agita as mãos, mostra gráficos e, olhando nos olhos de cada um ameaça:"Ninguém é insubstituível!"

A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao silêncio.
Os gestores entreolham-se , alguns baixam a cabeça.
Ninguém ousa falar nada.
De repente um braço levanta-se e o director prepara-se para "triturar" o atrevido:
-Alguma pergunta?
-Tenho sim. E Beethoven?
-Como? - encara o gestor confuso.
-O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substituiu Beethoven?

Silêncio.

Ouvi essa estória esses dias contada por um profissional que conheço e achei muito pertinente falar sobre isso. Afinal as empresas falam em descobrir talentos, reter talentos, mas, no fundo continuam a achar que os profissionais são peças dentro da organização e que, quando sai um, é só encontrar outro para por no lugar.
o profissionais, por sua vez, acreditam mesmo a sua substituição!

Quem substituiu Beethoven? Tom Jobim? Ayrton Senna? Ghandi? Frank Sinatra? Santos Dumont? Elvis Presley? Os Beatles? Jorge Amado? Paul Newman? Tiger Woods? Albert Einstein? Picasso?

Todos esses talentos marcaram a história fazendo o que gostam e o que sabem fazer bem, ou seja, fizeram seu talento brilhar. E, portanto, são sim insubstituíveis.

Cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direccionado para alguma coisa.
Ninguém se lembra e nem quer saber se Beethoven era surdo, se Picasso era instável, Caymmi preguiçoso, Kennedy egocêntrico, Elvis paranóico...
O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado dos seus talentos.

Portanto nunca te esqueças: és um talento único... com toda certeza ninguém te substituirá!

"Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo, mas posso fazer alguma coisa. Por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso. O que eu faço é uma gota no meio de um oceano, mas sem ela o oceano será menor."

optimismoemrede.com

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Ontem...

(Oscarina ainda bébe!)


Esta história até podia ser disparatada porque se passa com uma Tartaruga
mas quem me conhece sabe o quanto tem de verdade, de sofrimento , de Amor e de Fé!


Ontem qualquer "coisa" me dizia que algo se passava e quando olhei,
estava ela a boiar na água!
Num salto retirei-a e deitei-a por cima do aquário...
Já não respirava...
A minha Tartaruga Oscarina estava a morrer!

Mas, não!
Comigo, não!
Não, sem tentar!

Agarrei no focinho, abri-lhe a boca e comecei a fazer respiração artificial e massagens cardíacas...
Não sei quanto tempo durou... mas eu continuei a tentar!
Corri para a casa-de-banho e no lavatório coloquei um pouquinho de água morna para ver se ela arrebitava!

Pareceu-me vê-la mexer...
E continuei...
Deus sabe como eu continuei com toda a minha Fé...
Até que Lhe disse: "oh meu Deus! Vá lá! ela sempre foi uma lutadora!"

E, naquele mesmo momento, com alguém a assistir para que as minhas palavras não fossem mentira,
a minha Tartaruga Oscarina esticou o pescoço e deu um "urro"!
Continuei com a respiração artificial até porque ela estava a deitar fora a água que lhe tinha entrado para os pulmões...

... e foi estabilizando!



Hoje vive!




Obrigada a ti por acreditares!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Para ti...

ONDE VOCÊ COLOCOU O SAL?

O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d'água e bebesse.
-'Qual é o gosto?' - perguntou o Mestre.
-'Ruim' - disse o aprendiz.
O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago.

Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago.

Então o velho disse: -'Beba um pouco dessa água'.
Enquanto a água escorria do queixo do jovem o Mestre perguntou:
-'Qual é o gosto?'
-'Bom!' disse o rapaz.
-'Você sente o gosto do sal?' perguntou o Mestre.
-'Não' disse o jovem.

O Mestre então, sentou ao lado do jovem, pegou em suas mãos e disse:
-'A dor na vida de uma pessoa não muda. Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos. Quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido de tudo o que está a sua volta.'

É dar mais valor ao que você tem do que ao que você perdeu.
Em outras palavras: É deixar de Ser copo, para tornar-se um Lago.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

CHOCOLATE QUENTE


Um grupo de jovens licenciados, todos bem sucedidos nas carreiras, decidiu fazer uma visita a um velho professor, agora reformado.

Durante a visita, a conversa dos jovens alongou-se em lamentos sobre o imenso stress que tinha tomado conta das suas vidas e do seu trabalho.

O professor não fez qualquer comentário sobre isso e perguntou se gostariam de tomar uma chávena de chocolate quente.

Todos se mostraram interessados e o professor dirigiu-se à cozinha, de onde regressou vários minutos depois com uma grande chaleira e uma grande quantidade de chávenas, todas diferentes – de fina porcelana e de rústico barro, de simples vidro e de cristal, umas com aspecto vulgar e outras caríssimas.

Apenas disse aos jovens para se servirem à vontade.

Quando já todos tinham uma chávena de chocolate quente na mão, disse-lhes:

– Reparem como todos procuraram escolher as chávenas mais bonitas e dispendiosas, deixando ficar as mais vulgares e baratas... Embora seja normal que cada um pretenda para si o melhor, é isso a origem dos vossos problemas e stress. A chávena por onde estais a beber não acrescenta nada à qualidade do chocolate quente. Na maioria dos casos é apenas uma chávena mais requintada e algumas nem deixam ver o que estais a beber. O que vós realmente queríeis era o chocolate quente, não a chávena; mas fostes conscientemente para as chávenas melhores...

Enquanto todos confirmavam, mais ou menos embaraçados, a observação do professor, este continuou:

– Considerai agora o seguinte: a vida é o chocolate quente; o dinheiro e a posição social são as chávenas. Estas são apenas meios de conter e servir a vida. A chávena que cada um possui não define nem altera a qualidade da vossa vida. Por vezes, ao concentrarmo-nos apenas na chávena acabamos por nem apreciar o chocolate quente que Deus nos ofereceu. As pessoas mais felizes nem sempre têm o melhor de tudo, apenas sabem aproveitar ao máximo tudo o que têm. Vivei com simplicidade. Amai generosamente. Ajudai-vos uns aos outros com empenho. Falai com gentileza…… e apreciai o vosso chocolate quente.


(autor desc.)